mundo estranho do sabiá

Aqui estou para compartilhar com vocês a mais subjetiva das formas de arte: a poesia. Leiam as minhas criações e tirem suas conclusões. Devaneios de um nefelibata? ou pragmatismos de um pensador? A escolha é sua.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Business man.



Cercado de adulações e adoradores
Manietado a seu próprio mistério.
Vítima incosciente de si mesmo
Contabiliza hoje seu império.

Tudo que é importante e imponente
Construído no louco afã do trabalho,
Vê hoje esvaindo-se de repente
Como a fumaça de seu cigarro.

Olhos sisudos agora contemplam
Da vida a sorte e o revés.
Tal qual evangelho sagrado
Números de falência em papéis.

Passa em retrospecto sua triste vida
Enquanto desce ao abismo profundo.
Buscou em vão a terra prometida
Fazendo do dinheiro seu mundo.

Perdera sua identidade
E lembranças já não tinha mais.
Esquecera-se de onde viera
Pisando nos que ficavam para trás.

Inebriado pela riqueza
E poder sem limites.
Tudo viam mas não enxergavam
Os seus olhos tristes.

Interiormente quebrantado
Vê que tudo foi em vão.
O que pensava ser vida
Castelos de areia e ilusão.

Perpectivas que se abrem?
Ou talvez um novo começo?
Teria ainda vitalidade?
E coragem para pagar o preço?

Quem sabe ainda há tempo
De reparar os seus erros?
E desta capenga vida
Um novo caminhar sem tropeços...

09/09/2005

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