mundo estranho do sabiá

Aqui estou para compartilhar com vocês a mais subjetiva das formas de arte: a poesia. Leiam as minhas criações e tirem suas conclusões. Devaneios de um nefelibata? ou pragmatismos de um pensador? A escolha é sua.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Dor e silêncio.



Felizes os que sofrem
Com as dores nomináveis.
Catalogadas em compêndidos
Das físicas aos vilpêndios
Que afligem a alma.

Felizes os que sofrem
Dos males estudados
Por milhares de letrados.
Angariam sempre compaixão,
Pois tão conhecidas são
E tão explicáveis.

Mas a dor que incomoda sem doer
Não encontra motivo.
Corrói as entranhas do ser
De um modo tão furtivo.

Uma hora cedo ou tarde
Atinge sem distinção
Do político ao poeta,
Do playboy ao asceta,
Do banqueiro ao ladrão.
Vivem seus antípodas
Em fuga e ilusão.

Esquecendo e lembrando
Fugindo e caminhando
Os infectos carregam o peso.
E por mais longe que se vá
Não se foge de si mesmo.

28/09/2005

1 Comments:

Blogger Alexandre Araújo said...

Profundamente profundo... oriundo das profundezas do grande abismo no oceano longínquo... sob o céu estrelado, balança a água do mar...

9:31 PM  

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