Nada de mais.
Ninguém lhe estendeu a mão
Para levantá-lo do chão
Cada vez que caía.
Nunca quiseram sua amizade
Era excluído da sociedade
E se refugiava na bebida.
Ninguém conheceu seus desígnios
Seus desejos escondidos
E sua razão de viver.
Ninguém perguntava se tinha família
Ou como foi seu dia
Preocupações de bem-querer.
O que lhe faltava de amigos
Sobrava em adjetivos:
Louco, indigente,
Bêbado, demente,
Canalha, indolente.
Negavam-lhe até o direito
De ser tratado como gente.
Seu corpo agora no chão
Na calçada da avenida,
Recebe toda a atenção
Que fora negada em vida.
Alguém pergunta na multidão:
-Quem foi que morreu de frio?
E respondem com convicção
-Ninguém, apenas um mendigo...
11/02/2005
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