mundo estranho do sabiá

Aqui estou para compartilhar com vocês a mais subjetiva das formas de arte: a poesia. Leiam as minhas criações e tirem suas conclusões. Devaneios de um nefelibata? ou pragmatismos de um pensador? A escolha é sua.

terça-feira, janeiro 23, 2007

The hard step.




Lonely is a stranger feeling
And don't belongs to me.
I must believe in a tomorrow
Even I can't see.

A survivor in this ocean.
Diving and breathing
They push me down
In every harsh word.
But I remain believing.

I look to the sky
When a grey cloud cross my mind.
More than an emptiness ritual
I fell it's real.
I cry.
I touch.
With faith.
And angels flying around my feets.

There's is a silence
No more doubts.
No more shame.
I hear their voice calling my name.
And I believe.

I'm still breathing.
I will survive.
And renewed
Fly like an eagle.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Feliz?



Vem descendo a ladeira
Com seu andar gingado
E sorriso plastificado.
Com mentiras floreadas
Mas escondidas por decôro.

Vem descendo a ladeira
Em plena segunda-feira
Juntando-se á multidão.
Após outro fim de semana
Na infrutífera busca insana
De encontrar-se a si mesmo.

Vem com sua roupa impecável
Símbolo de status e poder.
Mostrando a falsa imagem
Que todos querem ver.

Vem cuidados extremos
Com seu corpo e vaidade.
Mas não pode se ver no espelho
E contemplar a verdade.

Vem até mesmo cantando
E todos o consideram feliz.
Mas não veêm o farrapo humano
Que se esconde sob o verniz...

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Inconclusivo.



Não há propósito
Nem ideais
Nem heroísmos.
Apenas sofismas
E pragmatismos.

Comamos e bebamos
Que amanhã morreremos
E o mais inacessível
É sempre o que queremos.

Vendem-se dois pássaros
Por poucas moedas
Nas medidas corretas
Valemos muito mais.

Sabemos por intuição
E o resto adivinhamos
Vemos por espelho
Como névoa de sonhos.

Não há objetivos
Não existem metas
E atrás de mentes tortas
Escondem-se coisas certas...

05/09/2006

Reunião.



Ouço atentamente
Palavras inconclusivas.
De homens bem vestidos
E de mentes vazias.

É um mundo etéreo
Ouço mas não escuto
Pois no mar da vida
Sofro de escorbuto.

A obrigação me prende
Á falsa posição de poder
Sou homem
Sou humano
Não sou o que quero ser...

Dou respostas automáticas
Escondendo o sofrimento
Tal qual árvore morta
Apodreço por dentro.

Decisões de vida e morte
São tomadas aqui dentro
Mas a mim nada mais importa
Pois já morri há muito tempo...

16/07/2006

Sorte grande.



Sorrindo e sonhando
Ele vem descendo a rua.
Já vem traçando mil planos
De felicidade futura.

Ele vê aqueles números
Que dançam em sua mente.
E já acordou com a certeza
Que seria um dia diferente.

Teve a firme convicção
De jogar na loteria.
E estava com a sensação
De que era seu grande dia.

Todos os seus sonhos
E as suas ambições
Seriam realizados
Na chuva de milhões
Que fatalmente se seguiria.

Maravilhoso sonho dourado
De nunca mais ser explorado
Trabalhando como louco.
E agora com o bilhete na mão
Mal pode conter a emoção
Afinal, falta tão pouco!

Não mais faria parte da ralé
Seria agora o “Dr. José.”
Não mais lavaria carros o dia inteiro
E sim, viajaria pelo mundo
Com os bolsos cheios de dinheiro.
Homens importantes disputarão
Por sua atenção.
E mulheres lindas pelo seu coração.
Afinal, o que o dinheiro não compra?

E o “seu” Manoel do botequim?
Aquele velho safado
Que todo dia cobra o fiado
Que deve-se há mais de um mês.
Virá com sua falsa amizade
E juras de eterna amizade
Falando de seu melhor freguês.

E assim saiu da lotérica
Com seu bilhete no bolso.
Ia andando extasiado
Sorrindo como louco
Pensando no dinheiro fácil...

Ia mentalmente fazendo apontamentos
Compraria iates, mansões, casas e terrenos.
Afinal, tinha que pensar em investimentos
Pois em breve tudo seria realidade...

De repente, ao atravessar a rua
Ouviu então uma freada brusca
Vinda de um caminhão.
Sentiu em seu corpo todo o impacto
E para longe foi arremessado
Se estatelando no chão.

Em meio a gritos, barulho e confusão
Ouve-se claramente o tropel da multidão.
Uma massa que se move em conjunto
Alimentando a curiosidade pelo defunto.

Não mais terá carros, mulheres,
Prestígio e poder.
Foi tudo interrompido
Pelo simples ato de morrer.

Olhando agora para sua lápide
Penso num epitáfio adequado:
“Aqui jaz mais um otário
Que pensou em ficar milionário
Jogando na loteria”

Ps: Mais tarde conferiram os números
e para surpresa geral o bilhete
NÃO estava premiado...

14/03/2005

Imagem.



Contemplo a imagem
Refletida no espelho,
Realidade disforme... serei eu?
Vejo uma personalidade perdida
Que perdi porquê não tinha,
Ou existia e não sabia?
Nunca saberei.

Contemplo a imagem
Daquilo que eu sou,
O que resta em mim
E o que você levou.

E vejo o que poderia ter sido.
Cidadão respeitável?
Ladrão mercenário?
Poeta notável?
Ou mais um otário?
Tanto faz...

Contemplo a fração de mim mesmo
Que ainda vale a pena.
E luto para manter separado
De tudo que foi impregnado
Pela mídia e o sistema.

Me visto e saio a passear
Hoje não quero mais pensar
Porque pensar dói...

03/01/2004

Guerra.



Cheios de ódio e intolerância
que por vezes acossam a terra.
Governantes movidos por ganância
Iniciaram mais uma guerra.

Soldados, navios, canhões,
Armas, torpedos e aviões.
Todos se dirigem ao mesmo lugar
Aguardando a carnificina começar
Sem ao menos saber o porquê...

Enquanto isso nos escritórios fechados
Bandos de homens engravatados
Decidem o destino de soldados
Esquecendo-se que são vidas humanas.
E para encobrir a verdade
Que transparece por toda a parte
Usam desculpas as mais estranhas.

Mas levanta-se o clamor popular
Nas perguntas que não querem calar
Buscando saber os motivos escusos...

Mas na liderança de homens insensatos
Lutam todos os soldados
Atirando-se á própria sorte.
Mas em suas mentes frias
Sabem que as horas e os dias
Escondem apenas a morte.

27/01/2005

Realidade.



Encontram-se casualmente
Numa troca de olhares
Em meio à multidão.
Perdidos que estavam
Caminhando sem rumo
E sem percepção.

Deram-se as mãos e sorriram
Compartilhando sutilmente
Sonhos e ilusões.

O sonho de tão esperado encontro
Em expectativas e desejos
Carícias e beijos
Tornando-se realidade.

Identificação e cumplicidade
Fluíam naturalmente
Seriam o que já eram
Impossível que fosse diferente...

Completamente saciados
Jazem no gramado abraçados
Observando as estrelas.
A conspiração universal
E o silêncio calando as palavras
Que são desnecessárias.

Num esforço evidente
Ele faz a pergunta pertinente:
- Quer casar comigo?
Ela sem esforço ou simulação
Dá a resposta na escuridão:
- Não.

Sorriram com tristeza
E com intensidade sem desejo
Doaram-se num último beijo.
Depois seguiram caminhos diferentes
Estranhamente conscientes
E viveram felizes para sempre.

10/06/2006

Dor e silêncio.



Felizes os que sofrem
Com as dores nomináveis.
Catalogadas em compêndidos
Das físicas aos vilpêndios
Que afligem a alma.

Felizes os que sofrem
Dos males estudados
Por milhares de letrados.
Angariam sempre compaixão,
Pois tão conhecidas são
E tão explicáveis.

Mas a dor que incomoda sem doer
Não encontra motivo.
Corrói as entranhas do ser
De um modo tão furtivo.

Uma hora cedo ou tarde
Atinge sem distinção
Do político ao poeta,
Do playboy ao asceta,
Do banqueiro ao ladrão.
Vivem seus antípodas
Em fuga e ilusão.

Esquecendo e lembrando
Fugindo e caminhando
Os infectos carregam o peso.
E por mais longe que se vá
Não se foge de si mesmo.

28/09/2005

A mosca.



Um dia que estava triste
Achando minha vida tosca.
Parei para observar
O vôo de uma mosca.

Voou sobre minha cabeça
E também por toda a sala.
Ela era com certeza
Uma mosca muito chata.

Imaginei se eu fosse mosca
Voando em liberdade.
Iria a qualquer lugar
Que eu tivesse vontade.

Voaria bem alto
Até não poder mais.
Desceria em velocidade
Com manobras radicais.

Mas logo despertei
E vi que minha vida é certa.
Pois a mosca pode voar
Mas vive pousando na merda.

09/12/2004
PS. Poesia 100% verídica!

Discurso.



Eu sou capitalista
E sou um reacionário.
Eu sou elitista
E também mercenário.

Detesto a liberdade
E oprimo as minorias.
Faço por baixo dos panos
As artimanhas mais sombrias.

Eu manobro as leis
E perpetuo o sistema.
"Levar vantagem em tudo"
Sempre foi meu lema.

Tenho muitos empregados
Que exploro o ano inteiro.
Mas não tenho nenhum amigo
Pois só confio no dinheiro.

E diante destas qualidades
Que aqui foram mostradas.
Posso parecer perfeito
Mas também tenho minhas falhas...

19/02/2005

Sem terra.



Toma a parte que te cabe
Da terra que lutaste
Para que fosse tua.
Porção que seja mínima
Mas com toda a garantia
De eterna sepultura.

Recebe com alegria
O que não tivestes em vida
Um pedaço de terra teu.
Garantia de documento assinado
Onde hoje jaz sepultado
Um sonho que se perdeu.

Durante toda a vida explorado
Trabalhastes com todo o cuidado
No lavrar da terra e na colheita.
E agora que na terra repousas
Esperamos entre outras coisas
Que a justiça seja feita.

04/02/2005

Malidade.



Índole maliciosa
Que habita sorrateira
No recôndito da alma
Tal qual flecha ligeira.
Resisto-te tal qual à morte
Em renhida peleja
E embora pareças mais forte
Não há disfarce que não veja.

Posto que nunca ouvirei
Ainda que estrépito teu canto
Tua influência perniciosa
Cobre-te como um manto.
De nada adiantará
Teu cicio sutil
Que esconde o propósito
De tão maldoso ardil.

Vejo os que te cultivam
E te erguem o estandarte
Construindo os alicerces
De seu próprio desastre.
Mas carrego de ti o oposto
Desde a mais terna infância
Sou aquele que tudo sabe
Nesta feliz ignorância.

17/06/2005

Crônica urbana.



Raios de sol invadem o quarto
Anunciando um novo dia.
Ela levanta-se rápido
Sentindo a onda de alegria.
Mas logo sente um tremor,
Precisava de uma nova dose.
Sentia dentro de si uma dor
A ficar cada vez mais forte.

O que era curiosidade inocente
Tornou-se vício de repente
Mostrando sua face crua.
Vestiu-se e saiu pela porta de trás
Deixando na sala seus pais,
E logo ganhando a rua.

Foi então á casa de um amigo
Que morava sozinho e era rico
Na certeza que conseguiria.
Encontrou-o na porta do prédio
Dizendo-se louco de tédio
E com raiva da vida.

Subiram e fizeram uma viagem alucinante
Voando por um continente distante.
E nessa viajem se encontraram,
Se beijaram
Se amaram
E abraçados adormeceram...

Muito tempo depois ela voltou á realidade
E como sempre veio a depressão pós-viagem,
Mas ao menos tinha alguém para amar...
Procurou-o pelo apartamento bem mobiliado
E foi encontrá-lo caído com um olhar vidrado,
Pois a viagem o levou para longe demais...

Sentindo-se desesperadamente sozinha
Caminhou lentamente até a cozinha,
voltando com uma faca na mão.
E no choro convulsivo dos desesperados
Teve seus pulsos cortados
E a sua vida a escorrer pelo chão...

No outro dia o sol invadiu o apartamento
E o silêncio era como um lamento
Dizendo que era dia de luto.

12/05/2005

Escolha.



Onde está a diferença?
Todos querem sempre mais.
A insatisfação fortalece a crença
De que somos todos iguais.

O bem segmentado
Partido em mil pedaços
Nunca é suficiente.
Quanto mais é necessário
Menos é encontrado
Neste mundo decadente.

Por quê segmentar o bem
Guardando-o para poucos?
Se desde o início a chuva tem
Caído sobre todos.

É o tropel da humanidade
Perdida estando ás cegas.
No jogo que ninguém ganha
Sempre mudando as regras.

Por quê a agressão
Se o discurso é de paz?
Tentam ser o que não são
Sendo todos iguais.

10/08/2005

Nada de mais.



Ninguém lhe estendeu a mão
Para levantá-lo do chão
Cada vez que caía.
Nunca quiseram sua amizade
Era excluído da sociedade
E se refugiava na bebida.

Ninguém conheceu seus desígnios
Seus desejos escondidos
E sua razão de viver.
Ninguém perguntava se tinha família
Ou como foi seu dia
Preocupações de bem-querer.

O que lhe faltava de amigos
Sobrava em adjetivos:
Louco, indigente,
Bêbado, demente,
Canalha, indolente.
Negavam-lhe até o direito
De ser tratado como gente.

Seu corpo agora no chão
Na calçada da avenida,
Recebe toda a atenção
Que fora negada em vida.

Alguém pergunta na multidão:
-Quem foi que morreu de frio?
E respondem com convicção
-Ninguém, apenas um mendigo...

11/02/2005

Revolta e volta.



Queimei a gramática
E a reduzi a nada.
Reneguei a fonética
Como coisa antiquada.

Advérbios, pronomes, superlativos.
Gêneros, verbos, adjetivos,
Todos meros paliativos
Para a idéia a ser expressada.

Monstruosidade utópica
Que então se tornaria.
Milhares de interpretações
Em apenas uma linha.

Vejo as placas e sinais
Que precisam então existir.
Chega-se mais fácil ao destino
Quando se sabe aonde quer ir.

15/01/2005

Vida.




A vida é escolha.
A vida é guerra.
Se a escolha é errada
A culpa é de quem erra.

A vida é complexa.
A vida é complicada.
Se vives sem sentido
Tua vida não é nada.

A vida é milagre.
A vida é um dom.
Na melodia da vida
Vamos no mesmo tom.

A vida é descoberta.
É ânsia de saber.
Mas a resposta certa
Está dentro de você.

A vida é sonho.
É nuvem passageira.
Que passa pelos olhos
Antes que se perceba.

A vida não se controla.
Que se há de fazer?
Apenas viva
E deixe viver...

25/02/2005

O homem nuclear.




O homem-nuclear não nasceu
Ele simplesmente apareceu.
Dominando e modificando a paisagem,
Fruto talvez de uma clonagem
Ou experiência mal-sucedida.

O homen-nuclear tem passado obscuro
Que tenta esconder com afã.
E todo planejamento futuro
Ele deixa para amanhã.

O homem-nuclear sabe de tudo
E ainda assim caminha à esmo.
Pois com toda a sabedoria do mundo
Não consegue dominar o seu medo.

O homen-nuclear é inteligente
E domina a tecnologia.
Quer caminhar sempre em frente
E usa a antropofagia*.

O homen-nuclear tem orgulho
Pois é o ícone da evolução.
Pode destruir todo o mundo
No apertar de um botão.

*canibalismo.

09/12/2004

Business man.



Cercado de adulações e adoradores
Manietado a seu próprio mistério.
Vítima incosciente de si mesmo
Contabiliza hoje seu império.

Tudo que é importante e imponente
Construído no louco afã do trabalho,
Vê hoje esvaindo-se de repente
Como a fumaça de seu cigarro.

Olhos sisudos agora contemplam
Da vida a sorte e o revés.
Tal qual evangelho sagrado
Números de falência em papéis.

Passa em retrospecto sua triste vida
Enquanto desce ao abismo profundo.
Buscou em vão a terra prometida
Fazendo do dinheiro seu mundo.

Perdera sua identidade
E lembranças já não tinha mais.
Esquecera-se de onde viera
Pisando nos que ficavam para trás.

Inebriado pela riqueza
E poder sem limites.
Tudo viam mas não enxergavam
Os seus olhos tristes.

Interiormente quebrantado
Vê que tudo foi em vão.
O que pensava ser vida
Castelos de areia e ilusão.

Perpectivas que se abrem?
Ou talvez um novo começo?
Teria ainda vitalidade?
E coragem para pagar o preço?

Quem sabe ainda há tempo
De reparar os seus erros?
E desta capenga vida
Um novo caminhar sem tropeços...

09/09/2005

Capital.




Tenham pena dos ricos
Que não sabem para onde vão.
São todos reféns do medo
Gradeados em solidão.

Apiede-se dos pobres ricos
E das riquezas de anos.
Posto que modificam o supérfluo
Mas não os tornam seres humanos.

Observe os pobres ricos
E as pessoas de renome.
Por mais que tenham banquetes
Estão sempre com fome.
A fome infinita de consumismo
Querendo sempre mais.
Carregando indiferença e cinismo,
Tanto fez e tanto faz....

Vendo tanta decadência
Sinto pena dos ricos.
Por fora mostram opulência
Mas por dentro são mendigos.

18/01/2005

Bonifrarte.




Mutante que sou
Carregando os opostos
Em sentimentos contraditórios,
Bicho-homem...

Carrego hoje a fera forjada
Da qual me tornei morada.
Complacente em mim,
Bicho-homem...

Mas dotada das armas
Que te concedeu a natureza
Viestes a mim com sutileza
Para enfim me libertar.

E mesmo ardendo em mim a chama
A fera interior ainda clama
Relutando em dizer:
- Eu te amo...

28/07/2004

* Boneco que se movimenta através de cordas.

Ciclo.

Notícia, surpresa, pasmo.
Preparo, espera, parto.
Vida, carinho, cuidado.
Dívida, luta, trabalho.

Jogos, risos, bondade.
Saúde, padrão, qualidade.
Brinquedos, correrias, amizade.
Dias, horas, felicidade.

Percepção, visão, consciência.
Assimilação, ruptura, inocência.
Aceitação, grupo, adolescência.
Descobertas, medo, independência.

Olhares, conversas, conhecimento.
Idéia, pedido, assentimento.
Planos, estrutura, casamento.
Trabalho, construção, casamento.

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...................................................
...................................................
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Notícia, surpresa, comoção.
Amigos, família, multidão.
Choro, velório, caixão.
Flores, terra, podridão.

08/12/2004

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